CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE Escherichia coli VEROTOXIGÊNICAS EM AMOSTRAS DE CARNE BOVINA / MOLECULAR CHARACTERIZATION OF VEROTOXIGENIC Escherichia coli IN BEEF SAMPLES

Resumo

Escherichia coli é um importante patógeno envolvido em quadros de toxinfecção alimentar em humanos. O produto cárneo, mesmo que obtido de animais sadios, pode se contaminar no abate, em feiras livres, açougues e supermercados e nesta situação chegar à mesa do consumidor (HEUVELINK et al., 2001). O objetivo foi realizar a caracterização molecular pela PCR quanto à presença dos genes stx1, stx 2 dos isolamentos de cepas de E. coli obtidas a partir de amostras de carne bovina comercializadas em Jataí e entorno. Foram visitadas 29 casas de carne destas coletadas uma amostra de coxão mole e uma de músculo, totalizando 58 amostras. As amostras de carne foram semeadas em ágar EMB-Levine e incubadas a 37ºC, por 24 horas. A partir das 58 amostras de carne foram obtidos 290 isolados de Escherichia coli. A extração de DNA das cepas de E. coli isoladas foi realizada pelo método térmico. A amplificação do DNA bacteriano foi feita em uma reação com volume final de 25μL. E a visualização por exposição do gel de agarose à luz ultravioleta. Foi caracterizado geneticamente um isolado como STEC, sendo identificado como stx2, revelando uma prevalência de 0,34% (1/290).  Estes resultados assemelham-se ao encontrado por Rodolpho et al. (2007), que após realizaram análises de carne moída em 23 açougues da cidade de Taquaritinga (SP), de 287 isolados de E. coli, apenas quatro foram identificadas como STEC, possuindo gene stx2. Bergamini et al. (2007) avaliaram 114 amostras de carne moída coletadas em Ribeirão Preto, e destas, quatro foram positivas para VTEC, sendo uma identificada como stx1 e três stx2. Os resultados confirmam que produtos cárneos são possíveis fontes de infecção de VTECs patogênicas. Com isso a adoção de medidas higiênico-sanitárias dos alimentos envolvendo desde o animal vivo, o abate dos animais até o processamento e distribuição à população faz-se necessárias.

SUMMARY

Escherichia coli is an important pathogen that causes food poisoning in humans. Meat products, even when obtained from healthy animals, can become contaminated during the slaughter, in open markets, butchers and supermarkets and, therefore, reach the consumer table infected (HEUVELINK et al., 2001). The objective of the study was to perform molecular characterization by PCR for the presence of stx1 and stx2 genes in isolates of E. coli strains obtained from beef samples commercialized in Jataí and surroundings. Meat samples were collected from 29 butcher shops; one sample of the topside and another from the muscle, totaling 58 samples. The meat samples were plated on EMB-Levine agar and incubated at 37°C for 24 hours. From the 58 meat samples, 290 Escherichia coli isolates were obtained. The extraction of DNA from E. coli strain isolates was performed by thermal method. Bacterial DNA amplification was performed in a reaction with a final volume of 25μL. To visualize it, the agarose gel was exposed to ultraviolet light. One isolate was genetically characterized as STEC and identified as stx2, with a prevalence of 0.34% (1/290). These results are similar to those found by Rudolph et al. (2007). These authors analyzed 23 samples of minced meat from butcher shops in Taquaritinga (SP), and found 287 isolates of E. coli, of which only four were identified as STEC and had the Stx2 gene. Bergamini et al. (2007) evaluated 114 samples of ground beef collected in Ribeirão Preto, and of these, four were positive for VTEC; one, stx1 and three, stx2. The results confirm that meat products are potential sources of infection by pathogenic VTECs. Thus, hygienic-sanitary measures should be adopted throughout the production chain, starting with the living animal, slaughtering, processing and distribution of the meat to the population.