PESQUISA DO VÍRUS DA RAIVA E DE ANTICORPOS EM MORCEGOS DO NOROESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO / RABIES VIRUS AND ANTIBODY RESEARCH IN BATS FROM NORTHWESTERN SÃO PAULO STATE

Autores

  • D. K. A. CASAGRANDE Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" campus Jaboticabal
  • A. B. B. B. C. FAVARO
  • C. CARVALHO
  • M. R. PICOLO
  • A. ALBAS
  • L. H. QUEIROZ

DOI:

https://doi.org/10.15361/2175-0106.2013v29n4p34

Resumo

Vinte e seis espécies de morcegos já foram descritas na região de Araçatuba, noroeste do Estado de São Paulo, incluindo os vampiros Desmodus rotundus (E. Geoffroy, 1810) e Diaemus youngi (Jentink, 1893). Desde 1998 tem sido registrados casos de raiva em morcegos, nesta região, com predominância em áreas urbanas. No período de 1998 a 2007, 4.035 amostras de morcegos foram examinadas para raiva, com 50 casos positivos (1.2%) em nove diferentes espécies não-hematófagas pertencentes às famílias  Molossidae,  Vespertilionidae e Phyllostomidae. O objetivo deste projeto foi pesquisar a presença do vírus raiva em morcegos de diversas espécies e de anticorpos contra em morcegos vampiros na região de Araçatuba. Um total de 1307 amostras de cérebro de morcegos encaminhadas ao Laboratório de Raiva e 125 de soros obtidos de morcegos vampiros de quatro abrigos da região foram examinadas durante o período de Janeiro de 2008 a Julho de 2012. A pesquisa de vírus foi feita por meio da imunofluorescência direta (IFD) e inoculação intracerebral em camundongos (ICC) e a pesquisa de anticorpos neutralizantes foram determinados pela técnica de microneutralização simplificada (SFIMT) em células BHK21. O vírus da raiva foi detectado em 22 (1,97%) dos 1117 dos morcegos não-hematófagos e em nenhum dos 190 morcegos vampiros examinados. Apenas 7% (9/125) dos morcegos vampiros apresentaram título de anticorpos acima de 0.5UI/ml, 65% (81/125) tinham títulos baixos (0.10 a 0.5UI/ml) e 28% (35/125) foram negativos.  O índice de positividade observado foi de 2,25% o que está acima do índice médio de 1,3% registrado anteriormente nesta região. A alta percentagem de morcegos vampiros com anticorpos neutralizantes para o vírus da raiva indica uma exposição recente ao vírus o que confirma que, medidas de vigilância devem ser mantidas para evitar um aumento na incidência da doença.

 

SUMMARY

 

Twenty-six species of bats have already been described in Araçatuba, northwestern São Paulo, including the vampires Desmodus rotundus (E. Geoffroy, 1810) and Diaemus youngi (Jentink, 1893). Cases of rabies in bats have been recorded in this region, predominantly in urban areas since 1998. In the period from 1998 to 2007, 4,035 samples were examined for rabies, with 50 positive cases (1.2%) in nine different non-hematophagous species belonging to the families Molossidae, Vespertilionidae and Phyllostomidae. The objective of this study was to investigate the presence of both rabies virus in bats of various species and antibodies in vampire bats in Araçatuba. A total of 1,307 brain samples from bats were sent to the Laboratory for Rabies and 125 serum samples of vampire bats from four shelters in the region were examined from January 2008 to July 2012. The virus presence was determined by direct immunofluorescence (DIF) and mouse inoculation (ICC) while neutralizing antibodies were determined by the simplified microneutralization (SFIMT) in BHK21 cells. Rabies virus was detected in 22 (1.97%) out of 1,117 non-hematophagous bats and in none of the 190 vampire bats examined. Only 7% (9/125) of vampire bats had antibody titers above 0.5UI/ml, 65% (81/125) had low titers (0.10 to 0.5UI/ml) and 28% (35/125) were negative. The positivity rate observed was 2.25% which is above the average rate of 1.3% recorded previously in this region. The high percentage of vampire bats with neutralizing antibodies to rabies virus indicates a recent exposure to the virus which confirms that surveillance measures must be in place to avoid an increase in disease incidence.

 

 

Publicado

10/10/2013

Edição

Seção

I SIMPREV (Abstract)